O Jardim da França. Assim é conhecida a região do Vale do Loire. O rio Loire nasce nos contrafortes do Vale do Rhône e serpenteia suavemente para Oeste até encontrar o oceano Atlântico. A região é conhecida pelos seus inúmeros castelos. Durante os séculos XV e XVI, no período da dinastia dos Valois, a corte francesa fez dessa região o destino para seu descanso e férias.
Características
O Vale do Loire é a segunda maior região produtora (em volume) de vinhos na França, perde apenas para Bordeaux. Seus vinhos mais conhecidos são os brancos e espumantes. Apesar disso, a região produz alguns excelentes tintos a partir da casta Cabernet Franc.
Devido ao clima mais frio e aos ventos, a uva Cabernet Franc se adaptou muito bem. A rápida maturação dos cachos garante vinhos de sabor intenso e muito fresco. Seus vinhos estão prontos ainda jovens e os melhores exemplares suportam a guarda por muitos anos.
As principais uvas tintas dessa região são:
Cabernet Franc: É a principal uva das melhores denominações. As condições climáticas lhes garante frescor e aromas de framboesa, terra molhada, ervas e um pouco de violeta;
Gamay: Utilizada em denominações menores para produzir tintos ligeiros e rosés;
Pinot Noir: É a uva responsável pelos vinhos Sancerre (tintos). Vinhos fáceis e prontos, vale a pena experimentar.
Principais Regiões
Podemos dividir o vale em quatro grandes sub-regiões:
- Baixo Loire (Nantes): Região próxima do oceano, produz vinhos muito simples, sem nenhum destaque para os tintos;
- Anjou e Saumur: Região famosa pelo ruim “Rosé d’Anjou”. Em matéria de tintos, apenas uma denominação vale a pena, Saumur-Champigny;
- Touraine: É a melhor região para os tintos a base de Cabernet Franc. Destacam-se as denominações, Bourgueil, Saint-Nicolas-de-Bourgueil, Chinon. Os melhores exemplares suportam bem a guarda;
- Alto Loire (Centro): Região que possui duas fortes denominações, Sancerre e Pouilly-Fumé. Os tintos de Sancerre são feitos com a casta Pinot Noir e devem ser consumidos jovens.
A Degustação
A Confraria dos Prazeres degustou 5 vinhos, como segue:
01 – Guy Saget – L’échellerie 2004 (Bourgueil)
Com coloração vermelha puxando para o vinho e sem muito brilho, este Cabernet Franc mostrou aromas de Framboesa, parecendo ser um canhão…
Já na boca, não é tão canhão assim. Ainda bastante tânico e com acidez destacada. Seria melhor aguardar uns 2 anos e voltar a experimentá-lo.
Seu teor alcoólico é de 12,5%, Combina com carnes de panela, caças, queijo Brie e Camenbert.
A família Saget está à frente da vinícola desde 1996, produzindo atualmente 25 rótulos, aproximadamente 4 milhões e garrafas no total.
02 – Dom. Reverdy – Beauregard 2002 (Sancerre)
Tonalidade quase de um rosé. Aromas de couro velho e um pouco de morango. Nada de taninos. Vinho fácil de beber. Na boca: persistente com corpo leve.
100% da uva Pinot Noir, com 12,5% de teor alcoólico. Comina bem com queijos meia cura, salada mussarela de búfala com tomates cereja, carpaccio, risoto de tomate seco ou de morango e também com ravióli de ricota com nozes.
03 – Fournier – Vieilles Vignes 2000 (Sancerre)
De coloração Rubi, com aromas de madeira velha, lembrando também suavemente trufas. Foi o melhor vinho da noite.
Acidez e álcool pouca coisa destacados, mas não incomodam. Pode-se dizer que está equilibrado.
Um 100% Pinot Noir com 12,5% de teor alcoólico.
04 – Charles Joguet – Varennes Du Grand Clos 2004 (Chinon)
Este vinho prometia, se não fosse o fato de estar bouchonet. Trocaremos a garrafa e o degustarmos na próxima reunião.
05 – Bernard Baudry – Les Granges 2005 (Chinon)
Coloração rubi intensa. Escuro e concentrado, com aromas velhos e de locais fechados. Também presentes os aromas de: alcatrão, tabaco e frutas pretas passadas.
Possui taninos ainda a resolver. É um vinho persistente, encorpado, mas com álcool e acidez equilibrados.
O solo desta região é de argila e pedras.
100% Cabernet Franc com 13% de teor alcoólico.
Para o próximo encontro, continuaremos degustando os vinhos do Loire.
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