NOVA YORK (Reuters) – Gravado por James Brown há 35 anos, o álbum de jazz “Soul on Top” será relançado na terça-feira pela Verve Records.

O disco de 12 músicas, feito em 1969 com a orquestra Louie Bellson e lançado originalmente pela King Records, traz arranjos de Oliver Nelson e Maceo Parker Jr., colega de banda de Brown, no sax tenor.

Liderado por Bellson, que durante anos foi o baterista da Duke Ellington Orchestra, o grupo de apoio inclui notáveis como o baixista Ray Brown e o saxofonista Ernie Watts, no sax alto.

Nas notas que acompanham o LP original, assinadas pelo acadêmico do jazz Leonard Feather, James Brown comentou: “No fundo, sempre fui jazzista. Quando eu era garoto, em Macon, Geórgia, durante shows amadores, eu subia ao palco com algumas daquelas bandas de nome que passaram pela cidade. Nunca me esqueci da impressão que me deixou o som daquelas big bands.”

A performance de Brown no álbum inclui improvisos vocais repletos dos gritos que viraram sua marca registrada. Entre as faixas há standards românticos como “That’s My Desire” e “Magic”.

Brown imprime um clima de jazz a “Your Cheating Heart”, de Hank Williams, e se estende em dois de seus grandes sucessos, “It’s a Man’s, Man’s, Man’s World” e “Papa’s Got a Brand New Bag”, ao qual Nelson dá um tratamento jazzístico de big band.

O CD também contém uma versão até agora inédita de “There Was a Time”, sucesso de James Brown de 1968 composto por Brown e Bud Hobgood.

James Brown disse a Leonard Feather que o jazz é um ingrediente integral em sua música.

“Quando as pessoas falam em música soul, elas só falam do gospel e R&B se fundindo. Isso é correto em relação a muita coisa do soul, mas, se você for falar do meu soul, terá que lembrar-se do jazz que existe nele. Foi isso que tornou minha música tão diferente e permitiu que ela crescesse e mudasse.”

Por: Dan Ouellette