Sem dúvida alguma a Austrália é hoje um dos países mais dinâmicos do mundo dos vinhos. Esse sucesso é ainda mais notável se levarmos em conta que foi somente a partir da década de 1980 que os australianos começaram a fazer vinhos de qualidade superior.
Hoje, os números australianos impressionam. Segundo estatísticas de 2010, a Austrália é o 6º maior produtor de vinho do mundo (1,073 milhões de litros), 4º maior exportador (60% da produção) e faturamento de 5,5 bilhões de dólares anuais. Além disso, possuem cerca de 160 mil hectares de vinhas.
Os primeiros vinhedos foram plantados em 1978 e seus vinhos serviam, basicamente, para abastecer os navios em rotas comerciais. No final do século XIX, a praga da Phylloxera chegou à região e devastou os vinhedos. Em 1955 foi criado o “Australian Wine Research Institute” (AWRI) com o objetivo de auxiliar os produtores de uvas e vinhos, oferecendo novas tecnologias, conhecimento e apoio comercial. Podemos dizer que esse é o ponto de mudança para o sucesso do vinho australiano.
Principais Características
Se fossemos resumir o vinho australiano numa única palavra, possivelmente, seria “consistência”. Praticamente todos os especialistas concordam que existe uma grande uniformidade dos vinhos independentemente da safra e que eles estão prontos para o consumo assim que são engarrafados. Tudo isso faz com que o vinho australiano agrade em cheio o paladar internacional, tornando-o um dos maiores exportadores.
Os vinhos australianos costumam apresentar grande intensidade, destacando-se os aromas frutados, florais e tostados (quando estagiados em madeira). Outra característica importante é a sensação quente que os vinhos apresentam na boca. Isso se deve ao clima semi-desértico de todo o país. por sinal, os vinhedos australianos são completamente dependente de irrigação.
Por outro lado, a mudança climática (aquecimento global) está comprometendo a vinicultura australiana, secando as fontes de água (rios, principalmente) e tornando salobra as águas dos depósitos subterrâneos.
Devido à distância, o frete marítimo e o seguro de carga encarecem demasiadamente esses vinhos, assim sendo, devemos procurar sempre os melhores vinhos para comprar, pois a relação custo/benefício é mais interessante.
Principais Castas
A Austrália não possui uvas autóctones expressivas. Desse forma, quase que a totalidade de seus vinhos é feita a partir de castas européias, destacadamente francesas e alemãs.
Brancas:
- Chardonnay;
- Chenin Blanc;
- Gewürztraminer;
- Müller-Thurgau;
- Riesling;
- Sauvignon Blanc;
- Sémillon Blanc;
- Verdelho.
Tintas:
- Cabernet Franc;
- Cabernet Suvignon;
- Grenache;
- Merlot;
- Mourvèdre;
- Pinot Noir;
- Shiraz;
- Tempranillo.
Principais Regiões
Devido ao intenso calor e baixa pluviometria, as principais regiões produtoras localizam-se ao longo da zona litorânea do sul do país.
A Austrália não adota um sistema de denominação de origem restritiva com existe na Europa. O que existe é um sistema identificado como “Geographical Indication” (GI) que foi criado em 1993 e hoje conta com 60 áreas demarcadas. Esse sistema regulamenta poucos aspectos da viticultura, não interferindo nos processos de cultivo ou vinificação. Em resumo, ele exige apenas que 85% das uvas utilizadas sejam provenientes da região em questão.
As principais regiões produtoras e suas indicações geográficas são:
- Western Austrália
- Perth Hills
- Margaret River
- Swan Valley
- South Austrália
- Barossa Valley
- Éden Valley
- Clare Valley
- McLaren Valley
- Adelaide Hills
- Coonawarra
- Padthaway
- Victoria
- Yarra Valley
- Pyrenees
- Beechworth
- New South Wales
- Hunter Valley
- Orange
- Riverina
- Tasmânia
Vinhos degustados pela confraria durante esse encontro:
- Tatachilla – Partners Red – Safra 2010 (JH88)
Tinto seco (FeA – S/M)
Valor de referência: R$ 112,00 - Tatachilla – McLaren Vale – Safra 2004 (JH90)
Tinto seco (FeA – 16M/FA)
Valor de referência: R$ 224,00 - Tatachilla – Keystone – Safra 2004 (JH94)
Tinto seco
Valor de referência: R$ 180,00
» Reunião da Confraria dos Prazeres de 05 de setembro de 2016.
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Texto de André Monteiro
Editado e publicado por: Maicon F. Santos
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