Os legumes perdem muitos dos seus nutrientes quando são cozidos. A sopa tem a vantagem de manter as vitaminas e minerais retendo-os na água do cozimento. Tem ainda outras qualidades: é um prato econômico, de fácil preparação, pode tomar diversos sabores e texturas e é rica em nutrientes de grande valor.

História da Sopa

Homens e mulheres da Pré-História, alimentavam-se de bagas e frutos; de peixe e carne crus. A descoberta do fogo representou um passo imenso na história da alimentação. No início, os alimentos eram colocados diretamente sobre o fogo; mais tarde, compreendendo que teriam melhores resultados, os homens deixavam que as chamas se acalmassem para, sobre as brasas, colocarem os alimentos. Somente milhares de anos depois, o homem descobriu como a água poderia lhe dar uma grande ajuda: passou então a colocar os alimentos (carne, peixe, plantas, etc.) em água quente. Desta nova técnica resultavam duas vantagens: por um lado, os alimentos tornavam-se mais tenros, saborosos, fáceis de mastigar e digerir; por outro, na panela ficava a água do cozimento, cheia de sabor e nutrientes.

As Sopas ao longo da história

Acredita-se que na Pré-História, utilizavam-se muitos caldos de carne (mamute, bisonte, vaca), sopas de peixe e de alguns crustáceos (mexilhões, por exemplo).

Na Grécia, o famoso “Caldo Negro” da cidade de Esparta, era feito com sangue de alguns animais misturado ao vinagre e especiarias.
Em Roma, a sopa era um prato apreciado por todas as classes. O imperador Nero tinha o costume de tomar um caldo à base de alhos-porrós, que acreditava fazer-lhe muito bem às cordas vocais.

Na Idade Média as sopas foram populares: de favas, abóbora, ervilhas, couves, rábanos, toucinho… condimentadas com canela, gengibre e mais tarde com açúcar. Coloriam-se as sopas com: açafrão para ficarem amarelas e leite de amêndoas para ficarem brancas.

A partir do século XVI, as cozinhas italiana e francesa deram o seu “toque de classe” à arte de preparar sopas. A primeira introduziu as massas e ervas aromáticas como o tomilho, orégano e manjerona. Em França, os cozinheiros batizavam suas invenções com nomes da nobreza e davam o melhor de si aos cremes, bouillons, consommés etc.

Em Portugal temos a canja (que, segundo alguns especialistas, terá vindo da Índia), o caldo verde, a sopa do cozido, as sopas de peixe, populares nos Açores e Alentejo, as sopas de feijão e hortaliças entre outras. Na China, a “sopa de ninhos de andorinha”, em França, a “soupe à l’oignon” (à base de cebola); na Inglaterra, a “oxtail” (sopa de rabo de boi); na
Espanha, o “gazpacho” (com tomate, pepino, alho, pão e azeite) e na Itália, o “minestrone” (feijão, massas e legumes). O minestrone, uma sopa de verduras cozidas, é considerado o rei (não a rainha) dos primeiros pratos da cozinha genovesa. Na regra de sua tradição, deve ser consumido morno, depois de 5 minutos de repouso no prato (que deve estar super aquecido); e aqui está sua receita:

Minestrone Alla Ligure

(6 pessoas)

Ingredientes:

4 colheres (sopa) de azeite de oliva
1 cebola média cortada em pedaços pequenos
2 batatas médias em cubos pequenos
1 cenoura média em cubos pequenos
1 ½ litro de caldo de galinha
1 talo de salsão picados
1 abobrinha média em cubos pequenos
100 g de vagem macarrão picada
1 ½ xícara (chá) de feijão branco cozido
200 g de massa para sopa ou arroz
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto
Lascas de queijo parmesão

Pesto:

1 xícara (chá) de manjericão picado
1/2 colher (sopa) de alho amassado
1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
7 colheres (sopa) de azeite de oliva

Preparo da sopa:

Em uma tigela grande, coloque o feijão e 4 xícaras de água. Cubra e deixe amolecer por 8 horas ou durante a noite toda. Escorra e passe por água fria corrente. Coloque o feijão para cozinhar por mais 1 hora ou até ficar macio. Em outra panela, refogue a cebola, o salsão e a cenoura no azeite. Acrescente as batatas, vagens, abobrinhas, o feijão cozido e cubra tudo com o caldo de legumes. Verificar o sal e deixar cozinhar até que as verduras estejam cozidas, porém al dente.

Se necessário, bater 1/3 da sopa no liquidificador para que fique um pouco mais cremosa. Finalize com o pesto.
Preparo do Pesto: coloque no processador o manjericão, o alho e o queijo e bata até obter uma pasta. Aos poucos, adicione o azeite e continue a bater. Distribua a sopa nos pratos e sobre cada um coloque um pouco do pesto e lascas de queijo parmesão.

Sirva acompanhada de pão italiano e um bom vinho.

Obs: O pesto deve ser colocado no momento de servir para que se mantenha bem verde e não perca o aroma forte e característico que se desprende ainda crua.

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Simone Lisa Sanchez Vieira de Souza
Consultora Gastronômica